A gargalhada gostosa de uma criança escutada ao fundo. O jeito de andar altivo daquela mulher elegante. O refrão de uma música ou uma frase escutada que insiste em não sair da cabeça. São dessas pequenas coisas que partem a maioria dos textos aqui publicados. Pequenas coisas que acontecem todo dia à todo momento. Comigo, não necessariamente comigo, com você e com qualquer outra pessoa que se arrisque no perigoso movimento de respirar. Um movimento simples e corriqueiro, tal qual lavar roupa no final de semana.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Questão de ataque


     Se tu quiseres escrever um texto sobre um tema qualquer, seja ele científico ou não, a primeira coisa que se exige não é conhecimento nem imaginação, mas sim coragem.
     Nada disso de fazer emboscadas, de só andar em grupo ou pelos caminhos seguros. Nada de ficar esperando pacientemente pelas palavras. Elas são sorrateiras, escorregadias, ardilosas. Cheias de diferentes figuras e camuflagens, cheias de artifícios, armadilhas, artimanhas, arapucas... ara! Palavra assim a gente vai e ataca!
     Não tenhas pena, não. Pois é preciso ter pulso. Puxar pela ponta da letra, arrancar pela raiz e atingir até as derivadas se for preciso. Porque o mais importante é ensiná-las quem está regendo o texto.
     Segue mais um aviso: é necessário fazê-lo rápido. Arrisca-te com a ponta da caneta tão logo as aviste, pois estas danadas têm por dom fugir o mais depressa que podem. E elas podem muito.

7 comentários:

  1. ah...elas sempre podem muito!
    ótimo texto.

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  2. muito bom esse texto ...gostei muito em !

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    1. Muito obrigada. Espero que também goste dos outros. =D

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  3. Realmente, a palavra se nos apresenta por tão pouco tempo que mal temos tempo de adotá-la. Quando menos esperamos, já partiu... Temos mesmo que atacar para ver as coisas acontecerem. Foi bom ler suas pequenas crônicas. Muito boas, Parabéns...

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    1. Muito obrigada, Georgina. Agradeço o elogio e pelo compartilhamento do ímpeto da coragem no ato de escrever.

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