A gargalhada gostosa de uma criança escutada ao fundo. O jeito de andar altivo daquela mulher elegante. O refrão de uma música ou uma frase escutada que insiste em não sair da cabeça. São dessas pequenas coisas que partem a maioria dos textos aqui publicados. Pequenas coisas que acontecem todo dia à todo momento. Comigo, não necessariamente comigo, com você e com qualquer outra pessoa que se arrisque no perigoso movimento de respirar. Um movimento simples e corriqueiro, tal qual lavar roupa no final de semana.

domingo, 28 de outubro de 2012

Tipo assim


     Que tal estar no estado das coisas como elas estão hoje? E, então, como vai você exatamente agora? Difícil ter esta noção assim tão clara hein?
     Pois é, eis que de repente, meio assim sem querer, no intermédio de alguma atividade rotineira real e absolutamente sem importância, você para um segundo com a força desse pensamento: “mas o que é que eu tou fazendo da minha vida agora?”
     “Putz! Meu”. Você se auto-retruca. “Puta pergunta difícil. Não tinha outra coisa pra pensar agora não?” Sim, dá para achar engraçado. E dá uma preguiça de responder também...
     Mas aí você realmente “pára para pensar” e percebe, meio assim sem querer, que está bem! Que no final das contas, subtraindo a soma do quadrado da sua recusa, que é igual à soma do quadrado de seus desesperos, e repassando a multiplicação da vontade de conhecer as incógnitas para o lado divisório de responsabilidades, você sabe que o “x” da questão é o ângulo pelo qual se olha.
     E, você está até indo bem. Olha só que coisa! Daí você tem uma sensação clara e quase corpórea de que essas pressões todas não são suas, de que essa redoma de preocupações urgentes não tem urgência factual alguma. Daí você relaxa e faz alguma coisa que gosta. Nossa, como isso é raro na cultura anglo-latino-árabe-oriental-saxônica contemporânea!