A gargalhada gostosa de uma criança escutada ao fundo. O jeito de andar altivo daquela mulher elegante. O refrão de uma música ou uma frase escutada que insiste em não sair da cabeça. São dessas pequenas coisas que partem a maioria dos textos aqui publicados. Pequenas coisas que acontecem todo dia à todo momento. Comigo, não necessariamente comigo, com você e com qualquer outra pessoa que se arrisque no perigoso movimento de respirar. Um movimento simples e corriqueiro, tal qual lavar roupa no final de semana.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sim, ela era bonita...

Quando esses olhares se cruzam e se interceptam, não sei mais o que pode ocorrer. Olhares transeuntes que por um descuido do destino_ mero acaso ou nem tanto_ se raspam, se tocam em um ponto milimétrico. Mas que ficam, que fixam, e fecham.
O que poderia ser mais que este olhar? O que poderia estar mais adiante desta cabeleira? Desta fachada de se guardar? Eu vejo isto e já crio uma história. Lembro de lugares, afetos, beijos e outras coisas que sequer existem em minha memória.
Eu sou um intacto. Sou um grão no meio do mundo, no meio de uma tempestade, que apesar disso não cansa em pensar que algum dia vai esbarrar com outro grão de aspectos iguais.
Vejo um rosto. E já sei de seu destino e de seu passado, sei de ti e de tudo. E, em verdade, não sei de nada. Gosto apenas de criar, de cogitar possíveis possibilidades, formular hipóteses e então desistir.
Como uma brincadeira, como uma bobagem, como um encanto... como num conto.





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